domingo, 31 de dezembro de 2006

É com Deus

É com Deus que eu tomo Daime
E com Deus eu chego lá
Porque Deus é quem me ensina
Tudo que eu tenho que saber

Carlinhos

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Viajantes

Na vida há dois tipos de viajantes:

Aqueles que olham o mapa e aqueles que olham o espelho.
Os que olham no mapa estão viajando…
Os que olham no espelho estão voltando pra casa.

Do filme O Tempero da Vida

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Laranjeira dá laranja

A semente que uso pra pensar na questão do Ser é que laranjeira dá laranja. Pode parecer óbvio, mas é por isto que brota. O natural é o que é. A laranjeira é laranjeira porque pensa laranja, sente laranja e age laranja. Sua natureza é o que é, laranjeira. Se uma pessoa não gosta de laranja, se xinga a árvore de filha de jaca, nem por isto a laranjeira se aborrece, ou então, começa a dar abacates. Laranjeira dá laranja. Mas nós, árvores humanas, somos estranhas. Pensamos uma fruta, sentimos outra, e realizamos uma terceira, completamente diferente das duas anteriores. Certa vez, negociando com um amigo pé de boi, notei que o safado sempre puxava a sardinha pro lado dele. Eu lhe critiquei: “Você é muito egoísta”. Ele respondeu sem casca: “Sim, sou, porque, você não é?”. Ele quebrou minhas pernas, meu tronco e meu nariz de Pinóquio. Não sabia o que responder. Fui obrigado a abrir os olhos e ver que minha árvore estava nua. O pobre diabo estava apenas sendo o que era, enquanto eu, com a aureola de São Francisco de Assis na cabeça, estava me disfarçando de lichia.

Marcelo Ferrari

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Deus e os loucos

Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.
Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria o entendimento dos entendidos.
Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem.
Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria,nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.
Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados.
Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes;e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são;para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.

1 Corítios 17:29

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

A explicação da galinha

Olá, eu sou “a” galinha. Sim, eu sou a primeira, aquela que botou o ovo em que todos vocês estão contidos. Estou aqui pra esclarecer e acabar de uma vez por todos com esta polêmica que tem torturado e tirado o sono de muitos filósofos e pensadores: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”. A resposta é simples: quem nasceu primeiro fui eu, é claro! Antes de mim, nem antes tinha. Será que é tão dificil entender isto? A polemica só se estende porque vocês insistem em cantar de galo. Sejam mais humildes! O que vocês precisam admitir é que se vocês são minha imagem e semelhança, logo, vocês são o ovo. E se vocês são o ovo, logo, eu sou a galinha. Óbvio também, não é? Outro equivoco que quero desfazer, é desta crença de que eu botei vocês em 7 dias (sabe-se lá quando) e depois os abandonei ciscando pelo universo. Por favor, vocês é que precisam abandar esta crença. Vocês, e tudo que existe, mesmo aquilo que existe mas vocês não podem compreender, são o que eu chamo de ovo bumerangue. Ou seja, eu boto tudo que existe num instante, mas retiro tudo sem que percebam, para que eu possa re-botar de novo no instante seguinte. Assim, eu não abandono vocês nunca, nem por um instante, pois este movimento de entrar e sair da minha cloaca, é a própria mola do relógio da vida do universo. Bem, estando estas questões devidamente explicadas, vou me retirando de ovo.

Marcelo Ferrari

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Se Voltares

Como o sândalo humilde que perfuma
o ferro do machado que lhe corta,
hei de ter a minh’alma sempre morta
mas não me vingarei de coisa alguma.

Se algum dia, perdida pela bruma,
resolveres bater à minha porta,
em vez da humilhação que desconforta
terás um leito sobre um chão de pluma.

Em troca dos desgostos que me deste,
mais carinhos terás do que tiveste
e meus beijos serão multiplicados…

Para os que voltam, pelo amor vencidos,
a vingança maior dos ofendidos
é saber abraçar os humilhados.

Rogaciano Leite

Sereias

Ulisses retornou à ilha de Circe, e assim que Elpenor foi adequadamente sepultado, Circe deu a Ulisses mais instruções para a sua jornada e para prepará-lo para os males que ainda estavam por vir. O navio velejou primeiro para a ilha das Sereias, terríveis criaturas com cabeças e vozes de mulheres, mas com corpos de pássaros, que existiam com o propósito de atrair marinheiros para as rochas de sua ilha com doces canções. Quando o barco se aproximou, uma calmaria mortal se abateu sobre o mar, e a tripulação utilizou os remos. De acordo com as instruções de Circe, Ulisses tampou os ouvidos da tripulação com cera, enquanto ele próprio foi amarrado ao mastro, de modo que pudesse passar a salvo pelo perigo e ainda ouvir a canção. “Venha para perto, Ulisses”, cantavam as Sereias: Ulisses gritou para seus homens para que o soltassem, mas remaram resolutamente para a frente, e o perigo acabou passando.

Odisséia
Homero

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Questões metafísicas

O Buda sempre disse a seus discípulos para eles não perderem tempo e energia em especulação metafísica. Sempre que um questão metafísica lhe era dirigida, ele permanecia em silêncio. No lugar disso, dirigia seus discípulos aos esforços práticos. Questionado um dia sobre o problema do caráter infinito do mundo, o Buda disse: “Se o mundo é finito ou infinito, limitado ou ilimitado, o problema da sua liberação continua o mesmo”.

Outra vez, disse: “Imagine que um homem é atingido por uma flecha envenenada e o médico quer remover a flecha imediatamente. Imagine que o homem não quer a flecha removida até que ele saiba quem atirou, sua idade, quem são seus pais e por que ele atirou. O que iria acontecer? Se ele esperasse até que essas perguntas fossem respondidas, morreria antes”. A vida é tão curta. Ela não deve ser gasta em especulação metafísica sem fim que não nos traz nada perto da verdade.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Amor

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

1 Coríntios: 13